Para o diretor da consultoria, uma série de impactos positivos da energia solar aplicada na GD tem que ser avaliados nas discussões
Por Ricardo Casarin
Indefinições no regramento da geração distribuída (GD) ainda causam insegurança para investidores do setor energia solar, avalia o diretor da Thymos Energia, Sami Grynwald. Mesmo assim, expectativa é que mercado mantenha tendência de crescimento. “Permanece uma indefinição de qual serão os custos agregados, se vão haver gatilhos que serão paulatinamente aplicados. Não há certeza de uma nova regra”, apontou Grynwald. Atualmente, a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passa por um processo de revisão e um Projeto de Lei (PL) sobre o tema está sendo tratado no Congresso Nacional.
Para o diretor da Thymos, o foco do debate na cobrança da chamada “tarifa fio” está deixando em segundo plano a necessidade de pensar no mercado como um todo. “Deve haver uma reestruturação mais abrangente do setor solar. Está se revendo alguns pontos, mas não o todo. É preciso pensar no mercado regulatório e isso deve demorar. Entendo que esse atraso será importante.”
Ele afirma que uma série de impactos positivos da energia solar aplicada na GD tem que ser avaliados nas discussões. “Traz benefícios para a rede, reduz perdas e investimentos em novas linhas de transmissão e gera energia no horário mais caro.” Grynwald entende que essas indefinições tiveram um efeito de acelerar projetos no final de 2019. “O mercado fechou o ano bem aquecido, principalmente em novos empreendimentos de GD, por temor dessas mudanças. Agora há uma incerteza de até onde isso vai.”
Apesar desse cenário, o diretor da Thymos vê continuidade do crescimento do mercado. “Desde 2015, com o aumento do custo de energia, as empresas começaram a buscar alternativas. Esse movimento se manter. Em 2020 teremos dois leilões importantes, o A-4 e o A-6, e esse último deve ter um volume mais expressivo de negociações.”
Ele vê como positiva a entrada de grandes players no setor em projetos de energia solar e geração distribuída no país. “Consolida o mercado para todos. As grandes empresas em geral têm um poder maior de compra de equipamentos, impactando na redução dos custos de investimentos.”
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