Segundo estudo do Departamento de Energia dos EUA, combinação de tecnologias traz aperfeiçoamento do sistema em diferentes escalas de tempo
Por Ricardo Casarin
Cientistas do Laboratório Nacional de Energia Renovável do Departamento de Energia dos Estados Unidos identificaram um potencial global de 3.039 GW a 7.593 GW de geração por meio de sistemas híbridos de usinas solares flutuantes associadas a hidrelétricas.
O estudo descreve três diferentes tipos de projetos: sistemas em que a instalação fotovoltaica e a hídrica estão na mesma locação, mas são operadas separadamente; sistemas em que as duas gerações estão em locais diferentes; e sistemas totalmente híbridos, que compartilham integralmente a operação.
“Nesse trabalho, consideramos os sistemas totalmente híbridos que permitem que as operações sejam otimizadas e despachadas em conjunto”, apontam os pesquisadores. Eles afirmam que esse tipo de sistema é preferível por combinar uma tecnologia renovável intermitente com outra despachável, tornando a operação mais controlável.
Entre os benefícios dessa combinação entre energia solar e hídrica, em comparação com as duas tecnologias operando separadamente, estão o aperfeiçoamento do sistema em diferentes escalas de tempo, mais oportunidades de armazenamento, melhora da taxa de utilização das linhas de transmissão, redução de intermitência e menores custos de interconexão e evaporação de água.
A equipe de cientistas utilizou uma abordagem geoespacial para calcular o potencial técnico das duas aplicações combinadas que considera apenas a capacidade, geração e área necessária do sistema fotovoltaico. “Essa avaliação não inclui considerações sobre a capacidade ou geração da hidrelétrica ou da operação híbrida”, explica o estudo.
No cenário mais otimista apresentado, os sistemas totalmente híbridos poderiam resultar na produção de 7.593 GW no mundo todo, em uma geração anual estimada em 10,616 TWh, considerando uma cobertura de reservatório de 20%. No cenário mais conservador, o potencial global é estimado em 3.039 GW, com produção anual de 4,251 TWh e cobertura de reservatório máxima de 8%.
Os acadêmicos apontam que esse método não considera impedimentos e dificuldades em locais de construção que os empreendedores podem enfrentar, e que um conhecimento aprofundado de condições de terreno e regulamentações é necessário para assegurar a real viabilidade de um projeto.
“O potencial técnico aqui apresentado é otimista para os sistemas híbridos de geração solar e hídrica. O resultado também não captura a economia ou o mercado potencial para usinas flutuantes ou futuros desenvolvimentos tecnológicos”, ressalta o estudo.
Segundo os cientistas, novas pesquisas são necessárias para avaliar os custos de projetos híbridos, dimensioná-los corretamente e direcionar questões sociais e políticas para suas instalações, assim como incertezas políticas e regulatórias.
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