Certame fechou com 1.155 MW médios de energia contratada e deverá demandar investimentos de cerca de R$ 11 bilhões
O leilão de energia nova A-6, ocorrido no dia 18 de outubro, fechou com a contratação de 1.155 MW médios de energia e estimativa de investimentos de R$ 11,2 bilhões. O preço médio da energia contratada foi de R$ 176,09/MWh, deságio de 39,5% em relação aos preços-tetos. A solar fotovoltaica registra o segundo leilão consecutivo como fonte mais barata entre as negociadas, repetindo desempenho visto no leilão A-4, em junho.
A energia dos empreendimentos solares foi comercializada por R$ 84,39 por megawatt-hora, em média, enquanto as eólicas foi R$ 98,89 por MWh. Apesar disso, os preços no leilão A-6 não chegaram bater o recorde do A-4, quando os empreendimentos solares comercializaram energia em até R$ 64,99 por MWh, um recorde negativo, enquanto as eólicas negociaram em até R$ 79,92 por MWh, também perto de mínimas da fonte.
No total, foram contratados 91 novas usinas, sendo 27 hidrelétricas, 44 eólicas, 11 solares fotovoltaicas, seis termoelétricas (UTEs) a biomassa e três UTEs a gás natural, somando 1.155 MW médios de energia contratada, com previsão para início das operações a partir de janeiro de 2025.
Os 11 empreendimentos solares fotovoltaicos estão localizados nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, totalizando 530 MW de potência e 163 MW médios de garantia física. Investimento estimado em R$ 2,1 bilhões.
De acordo com comunicados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e análise da consultoria ePowerBay, a principal vencedora em termo de volume foi a Golar Power, viabilizando a usina Novo Tempo Barcarena, no Pará, com 604,5 megawatts em capacidade. O projeto, em sociedade com a Evolution Power Plants (EPP), utilizará gás natural e deverá demandar R$ 1,5 bilhão, segundo a CCEE.
No leilão, a norueguesa Statkraft vendeu a produção futura de 375,6 megawatts das usinas eólicas Ventos de Santa Eugênia e Serra da Mangabeira, na Bahia. Os projetos deverão demandar aportes de cerca de R$ 1,5 bilhão, de acordo com a consultoria ePowerBay.
A Atlantic, empresa de energia renovável recentemente adquirida pelo grupo chinês CGNEI, fechou contratos para parques eólicos na Bahia e no Piauí, com 218,5 megawatts, permitindo à companhia desenvolver 248 megawatts em projetos, conforme escreveu, em seu perfil no Linkedin, o chefe de Operações da Atlantic, Gabriel Luaces.
Como vem se destacando no Brasil, a francesa EDF foi uma das vencedoras, com projeto para parque eólico de 42 megawatts na Bahia, orçado em R$ 168 milhões, segundo o levantamento da ePowerBay.
A francesa Voltalia vendeu a produção futura de uma pequena hidrelétrica em Minas Gerais com 16 megawatts, que deverá exigir R$ 151 milhões, e de parques eólicos com 80 megawatts, orçados em R$123 milhões.
Já em relação às empresas locais, a Rio Energy, do fundo Denham Capital, viabilizou um parque eólico de 27,5 megawatts na Bahia, estimado em R$ 96 milhões.
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Um dos destaques foi a estatal paranaense Copel, viabilizando o parque eólico Jandaíra, no Rio Grande do Norte, com 90 megawatts em capacidade. Segundo comunicado da estatal, o investimento estimado é de R$ 400 milhões e a energia vendida no leilão representa 30% da garantia física do parque, “sendo que o restante da energia deverá ser comercializado através de contratos no ambiente livre.
O projeto termelétrico Parnaíba foi conquistado pela Eneva, com uma expansão da usina Nova Venécia 2 em 92,3 megawatts por meio de fechamento de ciclo da unidade. Segundo comunicado da empresa, o investimento estimado é de R$ 470 milhões.
A desenvolvedora de projetos eólicos Casa dos Ventos conquistou contratos para empreendimento no Rio Grande do Norte, o projeto Santa Léia, com 67,2 megawatts em capacidade. O investimento estimado é de R$ 269 milhões.
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