Segundo a diretora da Comerc Energia, Josiane Palomino, empréstimo às distribuidoras deverá impactar no preço da energia e tornar mais atrativa as instalações de sistemas fotovoltaicos
Por Ricardo Casarin
O cenário de tendência de aumento das tarifas de energia e de condições favoráveis de financiamento podem compensar a valorização do dólar e estimular investimentos na geração distribuída, avalia a diretora de geração da Comerc Energia, Josiane Palomino. Ela entende que o formato de empréstimo às distribuidoras, na chamada Conta-covid, deverá impactar no preço da energia ao consumidor e tornar mais atrativa as instalações de sistemas residenciais fotovoltaicos.
“A valorização do dólar traz um efeito de encarecimento aos equipamentos fotovoltaicos, mas, por outro lado, o aumento da tarifa e as condições mais favoráveis de financiamento podem criar um cenário que estimula o investimento de longo prazo em energia solar”, afirmou a especialista.
“Pelo que está sendo discutido na questão da conta-Covid, a expectativa é que ocorra um aumento no valor da tarifa no mercado regulado, para que o empréstimo das distribuidoras possa ser pago. Olhando dessa forma, o investimento em GD pode fazer sentido.”
Josiane ressaltou que a geração solar distribuída atingiu 3 GW de potência instalada no Brasil, mesmo em meio ao cenário de pandemia de Covid-19. “Os projetos seguiram acontecendo e a perspectiva é que o movimento continue no segundo semestre. O principal impacto da pandemia ao setor foi a interrupção das discussões normativas.”
O marco regulatório da GD teve seu andamento no Congresso interrompido em função de pautas mais urgentes relacionadas ao cenário de crise sanitária e econômica do país. Ao mesmo tempo, a revisão da resolução normativa 482 promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que também trata das regras do segmento, só deverá ser retomada quando o tema for decidido no Legislativo.
Em relação à geração solar centralizada, a diretora aponta ser difícil prever a retomada dos leilões ainda em 2020. Em março, o Ministério de Minas e Energia (MME) adiou por tempo indeterminado os certames programados para 2020, também em razão dos impactos da pandemia. “Vai depender muito de quanto vai ser a previsão de carga e qual será a ritmo da recuperação econômica. Fica difícil falar em retomada de leilões sem saber qual será a demanda por energia.”
Comments