Segundo relatório da instituição, apesar do choque de curto prazo, mercado deve permanecer resiliente e se recuperar a partir de 2021
Por Ricardo Casarin
A tendência de crescimento global de longo prazo da energia solar será mantida, apesar dos efeitos de curto prazo da pandemia de COVID-19, avalia o diretor de pesquisa industrial do HSBC, Sean McLoughlin. Em artigo publicado pela instituição financeira, o especialista escreveu que a recuperação da indústria irá começar no próximo ano, possivelmente com a China se recuperando mais rapidamente que os demais mercados.
“A explosão mundial de instalações de painéis solares está ameaçada pelas rupturas causadas pela pandemia, potencialmente atrapalhando o ritmo da transição energética. Porém, apesar desse choque de curto-prazo, o mercado deve permanecer resiliente e se recuperar a partir de 2021”, apontou McLoughlin
Ele aponta que a atividade de construção em muitos mercados importantes permanece interrompida ou em estágio inicial de retomada, e que ao mesmo tempo em que a China começou a retomar sua produção industrial, outros países aumentaram as restrições, enfraquecendo a demanda de consumidores residenciais. “O mercado global de instalações solares pode cair de 30% a 40% no segundo trimestre, com baixos volumes no terceiro trimestre também.”
Porém, o especialista acredita que a atividade pode retomar rapidamente em muitos lugares. “Na China, a recuperação deve ser forte no segundo semestre, encerrando 2020 com 33% de crescimento nas instalações. Isso implica em 40 GW adicionais de capacidade, contra 30 GW no ano passado. Mais 45 GW são esperados em 2021.”
McLoughlin entende que outros mercados terão recuperação mais lenta. Na Europa, restrições a mobilidade estão limitando acessos aos telhados e a economia em baixa tem forçado os consumidores a represar investimentos. “O baixo apetite residencial deve seguir ao longo de 2020 e 2021, dependendo da severidade da recessão.”
O artigo também destaca que o setor segui em atividade nos Estados Unidos, embora em níveis reduzidos. “Após a decepção com a não inclusão das fontes renováveis no pacote de estímulo definido pelo governo em março, o mercado espera por outras iniciativas de incentivo. Caso contrário, a atividade pode ficar pressionada.”
“Contudo, no longo prazo, a perspectiva positiva segue inalterada: custos cada vez menores indicam que a energia solar deve cimentar seu lugar no centro da tecnologia de geração renovável até 2030. Em 2022, a capacidade acumulada da China deve atingir 336 GW, um crescimento significativo em relação aos 204 GW instalados até o final de 2019”, conclui a análise.
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