Parceria entre Cemig, Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a Fiemg pretende diminuir gastos com abastecimento energético em 50% até 2022
A Cemig vai investir R$ 8 milhões na geração de energia elétrica com matriz solar nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) em Minas Gerais. A implementação dos sistemas fotovoltaicos reduzirá gastos do Estado com energia em até 50% nas unidades até 2022.
A iniciativa é uma parceria entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que gere o sistema das Apacs, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O projeto faz parte do programa Cemig Cidadã, com o objetivo de levar energia fotovoltaica para 8,5 milhões de pessoas até 2022, com investimento total de R$ 457 milhões em implementação de painéis solares em hospitais, escolas e comunidades rurais.
Uma parte do investimento ocorrerá por pregão da Cemig, com R$ 1,3 milhão aplicados na substituição de equipamento energético nas unidades prisionais, desde lâmpadas até geladeiras e chuveiros; e R$ 4,8 milhões aplicados na construção de ao menos 35 usinas fotovoltaicas nos locais.
O restante do recurso, no valor de R$ 906,6 mil, será levantado pelo Senai, para treinamento de detentos em montagem de painéis solares. Serão 920 vagas em dois cursos para detentos de 26 Apacs. Cerca de 3.200 estão em recuperação nas 38 unidades mineiras.
No total, a Cemig vai implementar seis tipos de usinas solares, com custo aproximado de R$ 4,8 milhões e capacidade de gerar entre 6 kWh até 75kWh, dependendo.
Para Cledorvino Belini, presidente da Cemig, as Apacs têm um histórico fantástico, com altíssimo índice de recuperação no sistema prisional e custam um terço do que a prisão convencional em Minas. “Queremos colocar energia solar em todas as unidades do Estado até 2022, além de ampliar nossa atuação para todas as escolas e hospitais públicos mineiros”, disse.
O presidente do TJMG, o desembargador Nelson Missias de Morais, destacou a importância da educação na recuperação de egressos do sistema prisional com o projeto. “Eles serão treinados para montagem de placas solares, aprenderão uma profissão importantíssima hoje. Com isso, após o cumprimento das penas, essas pessoas poderão ter renda e se reinserir na sociedade”, explicou.
A iniciativa, nomeada “Meacs Brasil” (Sistema Construtivo Energicamente Autárquico e Modular) e fruto da parceria entre a Verdi e a Siscobras, especializadas em presídios com estrutura pré-moldada, vai construir presídios com painéis fotovoltaicos no telhado para gerar sua própria energia. As empresas estimam que, com a economia em contas de luz, uma casa prisional para cerca de 600 detentos se pague em quatro anos.
A ideia é que o sistema fotovoltaico consiga suprir 75% da energia e os 25% restantes, pela entrada de luz solar através de telhados transparentes. Se houver excedente, será redirecionado para outras empresas, tornando-se fonte de renda para as casas prisionais.
As duas companhias já construíram mais de 100 presídios na última década, e fizeram 40 obras na área da segurança pública. A projeção é que a nova tecnologia, seja aplicada em mais 100 prisões nos próximos anos.
O tempo médio de construção de presídios com estrutura pré-moldada é de oito meses, bem menor em relação a construção tradicional.
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