Instituição prevê economizar quase R$ 230 milhões em 20 anos
Por Cristiane Pinheiro
Mato Grosso do Sul terá a maior usina fotovoltaica instalada em todo o Centro-Oeste. A Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) vai inaugurar um complexo solar para produção de energia elétrica renovável ainda este mês. Após meses de construção, as unidades da rede própria, exceto a de Três Lagoas, receberão esse novo investimento do plano de saúde, que gerará economia de mais de R$ 200 milhões em 20 anos. Ao final desse período, a economia prevista é de R$ 227 milhões. O empreendimento está sendo cotado com o maior de todo o Centro-Oeste.
Para a sua construção, não houve desmatamento de mata nativa e as árvores frutíferas foram preservadas. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, o investimento da Caixa dos Servidores ainda gerou renda e emprego para 40 famílias.
A obra foi financiada pela Caixa dos Servidores com R$ 19 milhões via Fundo Constitucional de Financiamento do Centroeste, sendo 70% do valor da construção e desembolsou os outros 30%, em R$ 8 milhões. Com o investimento, os custos da obra serão pagos em seis anos.
Segundo Ricardo Ayache, presidente da Cassems, em ano de pandemia, uma administração cuidadosa é fundamental para a boa gestão da operadora. Para ele, a construção da usina fotovoltaica faz parte de um pacote de medidas administrativas adotadas pela Cassems com o objetivo de reduzir gastos e melhorar o fluxo de atendimento. “Estamos confirmando a vocação de uma empresa inovadora, buscamos o que há de mais moderno e sustentável em energia e queremos crescer muito mais, mas, sempre, prezando pelo equilíbrio e pela sustentabilidade ambiental e financeira”, salientou.
A estrutura da usina fotovoltaica da Caixa dos Servidores conta com 6 hectares de placas, 2 hectares com almoxarifado e alojamento para as equipes de trabalho, além de uma reserva com 7 hectares de eucalipto. São 16.290 módulos solares para fornecer energia.
Para Rojes Pereima, diretor geral da Fontesul, empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, há muitos benefícios da utilização de energia solar, no que tange ao meio-ambiente. De acordo com ele, a produção de energia solar não gera resíduos para a atmosfera e também não oferece impacto negativo para os lençóis freáticos. “A sua base é bem simples, que é a cravação direto ao solo com base concretada. Chegando ao final da vida útil das placas solares, a reciclagem é feita de maneira simples, sem agredir o meio ambiente’, comentou.
Embora possua um grande potencial para a geração de energia solar, o Mato Grosso do Sul ainda possui pouco investimento na tecnologia, totalizando, no momento, cerca de R$ 60 milhões. No entanto, o uso da energia fotovoltaica no estado está em constante expansão, uma vez que já foram registradas instalações de mais de 169 unidades consumidoras de geração distribuída, que somam 3.886,31 kW de potência.
No território sul-mato-grossense, a taxa de incidência solar chega a 5.500 Wh/m² ao dia, o que representa, praticamente, o dobro da irradiação solar da Alemanha, que conta com 3.000 Wh/m² ao dia. A diferença é que o país é o pioneiro na tecnologia e possui maior penetração de mercado, enquanto o Brasil ainda não utiliza amplamente a energia solar.
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