Estudo da IEA demonstra que, se todos os projetos fossem executados, as emissões de CO2 seriam reduzidas em apenas 40%
Novo estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostra que, mesmo com a execução de todos os compromissos climáticos apresentados por governos mundiais até o momento para a neutralidade de carbono do mundo até 2050, as reduções de emissões de CO2 seriam de apenas 40%, o que resultaria em 2.1°C de aumento na temperatura global em 2100.
“Os atuais compromissos com o clima resultariam em apenas 20% da redução necessária nas emissões até 2030 para encaminhar o mundo para a neutralidade de carbono em 2050”, anuncia Fatih Birol, diretor-executivo da IEA.
O diretor salienta que, para chegar à meta, seria necessário que na próxima década os investimentos em projetos e infraestrutura de energia limpa fossem triplicados.
“Cerca de 70% desse gasto adicional precisa ocorrer nas economias em desenvolvimento, onde o financiamento é mais escasso e o capital é sete vezes mais caro que em economias avançadas”, diz o dirigente.
Segundo Fatih Birol, os governos mundiais precisam utilizar o espaço da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática de 2021 (COP26) para se posicionar e divulgar seu comprometimento em ampliar a escala de tecnologias limpas e resilientes.
“Os benefícios econômicos e sociais da aceleração da transição energética são enormes, enquanto os custos da inanição são imensos”, avalia Birol.
O estudo ainda aponta que o investimento extra para atingir a neutralidade de emissões de CO2 em 2050 é menos oneroso do que parece, visto que mais de 40% das reduções seriam provenientes de iniciativas que se pagariam, como limitação de vazamentos de gás, melhorias de eficiência e a instalação de energia solar e eólica em localidades onde essas tecnologias de geração são mais competitivas.
De acordo com a IEA, alcançar a neutralidade de emissões resultaria em grandes oportunidades econômicas. Em 2050, seria possível criar um mercado de mais de US$ 1 trilhão por ano, o que incluiria setores como eólica, solar, baterias, células de combustíveis e eletrolisadores.
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