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Investidores e empreendedores do setor solar passam por incertezas devido à conjuntura político-econ

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Investidores e empreendedores do setor solar passam por incertezas devido à conjuntura político-econômica

Mudanças no câmbio e na inflação podem afetar os cálculos da possibilidade de execução dos projetos fotovoltaicos, relata presidente da ABSOLAR

Segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a conjuntura político-econômica atual, compreendendo o rumo das reformas estruturantes, culmina em incertezas para investidores e empreendedores do segmento solar. O relato foi realizado durante webinar viabilizado pela Fundação Getúlio Vargas.

“De uma forma geral, para os empreendedores, consumidores e investidores que estão nessa cadeia, viabilizando os projetos, ainda restam muitas incertezas em relação a essas mudanças político-econômicas. Temos entre essas questões o câmbio. Como ele vai oscilar ao longo dos próximos meses e anos? Lembrando que os projetos têm um período de maturação que varia de dois a três anos. É difícil antever no momento tão diferente que estamos vivendo”, afirmou o dirigente.

“O próprio cenário das taxas de juros, que pode ter mudanças, e a pressão inflacionária, tudo isso vai impactar os vários fatores que compõem as planilhas de cálculo para avaliar a viabilidade de projetos de usinas de geração centralizada”, destacou Sauaia.

Ele também citou, além do cenário praticamente imprevisível, a relevância dos debates sobre as reformas, como a tributária. “Na nossa visão como associação setorial, é preciso garantir que essa reforma não venha com retrocessos para o avanço da fonte solar e das renováveis de uma forma geral”.

Sauaia exemplificou essa questão por meio do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI). “É um programa que apoia o desenvolvimento de grandes usinas e tem um papel importante para fazer com que estes projetos de infraestrutura estratégicos para o Brasil tenham competitividade”.

“É importante que a reforma tributária incorpore esses requisitos estratégicos e de sustentabilidade para que tenhamos drivers de suporte para a economia brasileira avançar na direção de uma recuperação sustentável. Muito pode ser feito em relação a tributação nesse sentido”, assinalou.

“Mas a verdade é que nós ainda estamos aguardando, existem diferentes projetos de reforma tributária sendo discutidos e não há uma clareza ainda para os investidores de qual será o texto final aprovado e sancionado como lei”.

Além disso, o dirigente pontuou que os investimentos e a atração são outras questões importantes nesta conjuntura. “Isso significa poder fazer com que as grandes instituições financeiras olhem para o Brasil como um país de destino prioritário. Historicamente, nós conseguimos fazer isso com bastante qualidade, mas, em alguns momentos, nós damos sinais desencontrados que precisam ser avaliados para não afugentar investidores”.

“Nesse sentido, cabe um trabalho de posicionamento da política do país no viés internacional, como o Brasil se coloca como um ambiente seguro e adequado para atrair esses investidores”, concluiu.


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