Pesquisa indica que o avanço da descarbonização poderá resultar em um crescimento da economia global 2,4% acima do previsto na próxima década
Conforme relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), para limitar o aquecimento global em 1.5 °C até 2050 será preciso investir US$ 131 trilhões em projetos voltados para a geração de energia que privilegie tecnologias compatíveis com as metas de descarbonização.
Apesar do volume anual solicitado de US$ 4,4 trilhões ser alto, esse valor caracteriza somente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 20% da formação bruta de capital fixo de 2019, aponta a pesquisa World Energy Transitions Outlook.
De acordo com a agência, 80% do total de US$ 131 trilhões precisa, nos próximos 30 anos, ser investido em tecnologias de transição. Isso inclui renováveis, flexibilidade de rede e hidrogênio, eletrificação e eficiência energética.
Dentro dessa conjuntura, US$ 24 trilhões dos investimentos que são planejados recentemente necessitam, até 2050, de redirecionamento de combustíveis fósseis para tecnologias de transição.
A pesquisa ainda mostra que essas decisões podem fazer com que, na próxima década, a economia global passe por um crescimento 2,4% acima do previsto, além de gerar 122 milhões de empregos ligados ao segmento de energia em 2050, mais do que o dobro dos 58 milhões registrados atualmente.
O segmento de renováveis responderá sozinho por mais de um terço dos postos de trabalho criados, gerando empregos a 43 milhões de pessoas ao redor do globo. “A transformação energética impulsionará a transformação econômica”, declarou Francesco La Camera, diretor-geral da Irena.
Camera afirmou que, mesmo sendo um grande desafio, a transição energética carrega oportunidades sem precedentes para tirar pessoas da pobreza e revitalizar economias. “Precisamos garantir que todos os países e regiões possam experimentar os benefícios dessa transformação e caminhar para um mundo mais resiliente e justo. Temos o conhecimento e as ferramentas, precisamos apenas agir”, acrescenta.
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