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Licitação de 8 gigawatts na Índia pode ser maior contrato de energia solar da história

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Investimentos previstos devem atingir US$ 6 bilhões

De São Paulo

 A empresa de energia renovável, Adani Green Energy, firmou um acordo com o governo indiano que pode representar o maior contrato de energia solar da história. A companhia foi escolhida pelo ministério de Energia Nova e Renovável para instalar 8 gigawatts (GW) em potência fotovoltaica no país até 2025. Deverão ser investidos um total de US$ 6 bilhões.

Em linha com as regras de conteúdo local do leilão, a empresa irá financiar uma linha de produção de células e módulos com capacidade de 2GW, prevista para iniciar as operações em 2022. Em contrapartida, a Adani será remunerada por meio de tarifas mais altas que a média. A empresa receberá US$ 0,038/kWh, enquanto uma proposta que não incluísse a fabricação de equipamentos resultaria em US$ 0,034/kWh.

Em um comunicado para investidores, a Adani explicou que o plano é entregar os primeiros 2GW de geração até 2022, seguido por incrementos anuais de 2GW em 2023, 2024 e 2025. Uma dessas cargas estará concentrado em um único projeto. O grupo não especificou onde as usinas serão construídas.

O resultado da licitação foi um grande impulso para companhia em sua meta de acumular um portfólio de renováveis de 25GW até 2025. São esperados mais US$ 15 bilhões em investimentos para que o objetivo seja alcançado. O presidente da Adani Group, Gautam Adani, destacou que a descarbonização e o desenvolvimento econômico devem ser objetivos simultâneos.

“A Índia firmou um compromisso com o Acordo de Paris de que irá conduzir a uma revolução no combate às mudanças climáticas e hoje detém a liderança entre as oito nações que caminham para cumprir suas metas”, disse o executivo.

A notícia também traz perspectivas mais positivas para o mercado solar indiano, que está sendo bastante castigado pela pandemia de COVID-19. A crise gerou problemas no fluxo de importação de equipamentos, gerando riscos de atrasos na conclusão de projetos.

Desde o final de março, o país está agindo para proteger as renováveis, classificando o setor como essencial e oferecendo extensões de prazos. Também reviveu iniciativas para um parque produtivo doméstico, visando minimizar a dependência das importações chinesas.

 Essas medidas não foram capazes de evitar uma desaceleração das construções de projetos fotovoltaicos. Após ter 1GW instalado no primeiro trimestre, a estimativa é que ocorra uma queda para 500MW no segundo trimestre. 


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