Ainda assim, presidente da Enel acredita que térmicas podem ser necessárias no momento de crise hídrica
Nicola Cotugno, presidente da Enel Brasil, afirma que, neste momento de crise hídrica que o país enfrenta, a produção de energia a partir de combustíveis fósseis é necessária, porém o foco deve ser a transição energética.
No dia 15 de setembro, durante a 9ª Conferência de Energia e Recursos Naturais na América Latina, promovida pela KPMG, Cotugno declarou:
“Precisamos ser consistentes e começar agora ou vamos perder o foco e nossos negócios. Usinas térmicas podem nos ajudar a sair da crise atual e a transição energética precisa ser construída com as ferramentas que temos. Mas não podemos perder de vista o objetivo de eliminar fontes fósseis, nem desacelerar o ritmo desses esforços.”
Segundo Nicola Cotugno, a velocidade em que se pode construir uma grande usina fotovoltaica torna essa tecnologia uma opção para energia limpa, o que colabora para o movimento global de ações que combatem as mudanças climáticas.
“Aprendemos não só a fazer plantas competitivas, mas também ser rápidos. Entre 12 e 20 meses é possível adicionar nova capacidade. A solar permite essa velocidade para dar uma resposta para a crise de contingência hídrica”, afirma o presidente da Enel.
Cotugno também afirmou que o Brasil traz ótimas oportunidades para o setor de energia renovável e que a Enel está produzindo 1,3 GW em projetos fotovoltaicos e eólicos no país. Ele acredita que o setor de energia deve ter o objetivo claro de descarbonização até 2050.
Foram apresentados durante o evento os resultados de um levantamento desenvolvido pela KPMG e por CEOs de empresas globais de recursos naturais.
Os dados mostram que 37% dos executivos da área de energia acreditam que o maior risco para o desenvolvimento dos seus negócios são as mudanças climáticas, entre os executivos de todas as indústrias, o índice é de apenas 12%.
O levantamento também mostra que 79% dos CEOs do setor de energia acreditam que os líderes políticos devem priorizar a agenda climática na conferência que ocorrerá em novembro deste ano em Glasgow, na Escócia, reunindo 197 nações signatárias do Acordo de Paris, a COP26.
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