Construções vão render aos municípios mais de R$ 150 milhões em investimentos e deve gerar uma economia mensal de 23% nos gastos do Estado com eletricidade
Por Cristiane Pinheiro
Oito miniusinas de energia solar deverão ser construídas no Piauí por meio de um projeto de Parceria Público-Privada (PPP), que vai resultar em mais de R$ 150 milhões em investimentos e gerar uma economia mensal de 23% nos gastos do Estado com energia para abastecer os órgãos públicos. Três empresas venceram a licitação e ficarão responsáveis pela construção e operação das miniusinas: Consórcio Energia Sustentável, composto por empresas de São Paulo e do Distrito Federal, a empresa goiana Brenge Par Engenharia e Participação e o Consórcio Gm-Energia, composto por empresas de São Paulo e Pernambuco.
As cidades que vão sediar as miniusinas são Caraúbas, Cabeceiras do Piauí, Curralinhos, Barras, e Canto do Buriti. A previsão é de que essas miniusinas entrem em funcionamento até o final de 2021.
A PPP das Miniusinas vai resultar em uma economia de mais de R$ 10 milhões por ano nos gastos do Estado com energia elétrica. Serão construídas oito miniusinas com capacidade de produção de 5Mw cada. Ao longo de 25 anos de contrato, essa concessão vai produzir energia para ser injetada na rede da concessionária Equatorial e será implantado um sistema para gerenciar e compensar a energia produzida e a consumida pelos órgãos da administração estadual, tornando-os autossuficientes no abastecimento.
De acordo com Viviane Moura, superintendente da Suparc, as cidades terão aumento na arrecadação de impostos municipais, geração de emprego e renda e oportunidade de qualificação profissional da população com a implantação desse projeto, que receberá investimentos de mais de R$ 150 milhões da iniciativa privada. “Sem contar os ganhos com o uso de energia limpa e ambientalmente sustentável”, afirmou.
As empresas concessionárias ainda deverão implantar, em conjunto com a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), o Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis. Será um espaço de pesquisa, formação técnica e de transformação educacional.
Projetos de PPPs em geração solar ainda estão passando por um processo de construção de um modelo ideal, o que acarreta em desafios e oportunidades, declarou o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, durante transmissão ao vivo promovida pelo Programa de Parceria Público-Privada e Concessões do Estado do Piauí (PPP Piauí).
“Há o desafio de ser um ambiente novo. O Brasil não tem histórico de PPP de energia solar, estamos construindo esse modelo. Não vai ser o ideal na primeira tentativa”, destacou o dirigente. “É também uma oportunidade. O BNDES tem acompanhado a proposta do Piauí e espera que seja bem-sucedido, para levar o modelo para outros locais.”
“Na Absolar, sempre procuramos junto ao setor público referências para o mercado e acredito que o governo do Piauí tem exercido esse papel de liderança, carregando essa bandeira e mostrando o caminho para o resto do país. O projeto avançando no Piauí serviria de referência para outros usos de energia solar em PPP”, acrescentou o dirigente.
Leia também: Energia solar em Sorocaba
Commentaires