Com potência de 128 kWp, o sistema alimenta o equipamento capaz de irrigar 96,4 hectares por uma média de 6 a 8 horas por dia
Por Ricardo Casarin
O primeiro pivô para irrigação do mundo acionado apenas por energia solar foi implementando no munícipio de Perdizes (MG) informou o diretor comercial da Solbras, Rui Ruas, durante uma transmissão ao vivo promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG).
O projeto pioneiro foi desenvolvido em conjunto com a Valley e foi instalada uma usina fotovoltaica exclusivamente para o teste. Com potência de 128 kWp, o sistema alimenta um pivô capaz de irrigar 96,4 hectares por uma média de 6 a 8 horas por dia. “Esse sistema vem sendo testado há mais de seis meses. Está funcionando perfeitamente e atendendo a todos os requisitos”, declarou Ruas.
O executivo contou que Minas Gerais foi escolhida para receber o projeto em função de facilidades logísticas e da vocação do estado para o agronegócio e para a geração fotovoltaica. “A sede da Valley é em Uberaba. Ficou mais fácil para nossos engenheiros realizar os testes na região. Minas Gerais também tem uma incidência solar muito boa e uma vocação agrícola. Dos 425 projetos que já instalamos no Brasil, 80% são no agronegócio. Estamos nos aprofundando nesse segmento no estado.”
Recentemente, a Solbras foi adquirida pela Valmont, que também é proprietária da marca Valley, empresa especializada em irrigação. Na ocasião, o diretor-presidente da Valmont, Renato Silva, comentou que a energia fotovoltaica traz diversos benefícios para a automação de sistemas de irrigação, além de assumir um papel importante para a redução do impacto ambiental.
“Os produtores intensificam a qualidade de sua produção, economizando energia elétrica e reduzindo a utilização de água. É grande o potencial econômico, eficaz e sustentável. A Valmont já incentivava a sua utilização, através da parceria com a Solbras e, agora, passa a entregar a tecnologia diretamente ao irrigante”, disse Silva.
Durante a transmissão da FAEMG, a vice-presidente de geração distribuída da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Bárbara Rubim, que também é CEO da Consultoria Bright Strategies, destacou a sinergia que existe entre a fonte e a produção agrícola. “Agregar energia solar à produção rural aumenta a eficiência do uso do solo e traz possibilidade de outros ganhos. Um exemplo é o arrendamento de terras para que uma empresa invista no desenvolvimento de uma usina.”
“Temos trabalhado ao longo dos últimos anos com a CNA [Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil] para melhorar as condições de acesso para o produtor rural à energia solar por meio de melhores linhas de financiamento, facilitação dos processos burocráticos e criações de medidas mais favoráveis”, completou a dirigente.
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