Luiz Piauhylino, o sócio-diretor da Sunlution, afirma que a energia solar é um modo sustentável de conter o desemprego no país
Os investimentos aplicados na geração limpa foram essenciais para combater os reflexos negativos trazidos pela pandemia do coronavírus não só no Brasil, mas também no mundo, de acordo com Luiz Piauhylino, sócio-diretor da Sunlution. Em um artigo, o empresário ressaltou que a energia solar é uma maneira sustentável de recuperar a economia e conter o desemprego no país.
“Dentre as lições aprendidas com a pandemia a redescoberta da importância da ciência e da tecnologia, assim como a estratégia de combater a crise econômica com energia. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor solar gerou 210 mil empregos desde 2012”, pontuou o executivo.
“A combinação hidrelétrica e painéis flutuantes permite aumentar a garantia física das usinas como também a produção de Hidrogênio Verde. Com uma equação dessas, o Brasil tem chance de ocupar posição de destaque no mercado mundial”, completou, indicando que a segurança energética do Brasil pode passar por melhorias devido às novas tecnologias de geração limpa, tais quais a produção de Hidrogênio Verde e a energia solar flutuante.
“Exemplo de como fazer isso não falta. O governo português lançou em julho um arrojado plano de investimento de 1 bilhão de euros – em pleno impacto da pandemia do coronavírus – para produção do hidrogênio verde e apareceram 75 projetos totalizando 17 bilhões de euros. A Europa precisa instalar 3.350 GW de fontes renováveis para atingir as metas até 2050”.
O executivo também aponta a importância do desenvolvimento do setor de Hidrogênio Verde. “Em lugar de importar US$ 250 milhões em Amônia e Nitrato de Amônia, o Brasil poderia produzir, exportar e crescer de forma sustentável no negócio do Hidrogênio Verde. Países como a Alemanha não dispõem de condições para produzir o que vão necessitar para cumprir as metas de 80% da matriz exclusiva até 2050”.
“Estudos e pesquisas para desenvolvimento de estratégias de transporte precisam avançar com urgência. Já se pensa em logística de exportação como Amônia ou via Etanol para produzir Hidrogênio Verde no destino. Podemos entrar nessa rota”, disse Piauhylino.
Ele cita no artigo que, no início de 2020, duas empresas privadas se juntaram devido à proposta do Governo do Estado de São Paulo, que tem como objetivo a instalação, com duração de dois meses e meio, do projeto piloto de geração de energia solar flutuante situado na Represa Billings.
“Seis meses depois de implantar placas fotovoltaicas e flutuadores fabricados no Brasil na lâmina d’água com capacidade de 100 quilowatt-pico (KWp), a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) anunciou chamada pública para plantas de geração com potência de 1 a 30 MWp na represa”, afirmou o sócio-diretor.
“Projetos similares no país mostram ser possível ampliar a capacidade de forma sustentável e eficiente. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu grande passo ao abrir a consulta pública nº 061/2020 para debater a normatização para usinas híbridas e associadas”.
“Não precisamos da ajuda de São Pedro, mas de investimento em energia renovável e de superar o velho discurso desconhecedor das novas tecnologias e seus benefícios”, aponta o empresário, elucidando que, para garantir o abastecimento de usinas hidrelétricas, o Brasil não pode contar somente com a ação da chuva.
“Os reservatórios, condição para expandir a geração via painéis solares flutuantes como no caso da Billings, já existem em gigantesca escala. Estudo recente da Michigan State University aponta ociosidade de 12 GW nas usinas do Norte do Brasil, que podem facilmente ser atendidas com geração solar flutuante”, acrescentou.
Piauhylino enfatizou o impacto social benéfico que esse tipo de geração carrega, visto que, de acordo com a pesquisa, além da energia gerada por cada MW implantado, uma média de 25 vagas de emprego diretas é produzida. “Em 10 anos, a atividade atrairia R$ 76 bilhões em investimentos no Brasil, ampliaria a capacidade instalada atual de 109 GW para 128 GW e geraria 475 mil novos empregos”.
“Há uma convergência de interesses para descarbonizar a economia, as energias renováveis vieram para ficar, e o país precisa repensar a estrutura de sua matriz energética de forma sustentável. A base será energia limpa via hibridização”, finalizou.
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